Encontro desagradável
Andamos pelo beco escuro até chegarmos a um paredão de tijolos. Félix abaixou-se e afastou uma grade no chão. Ali havia uma abertura, entre a parede e a rua. Parecia uma boca-de-lobo. Grande o suficiente para o que se destinava, mas pequeno o bastante para ser uma passagem, ainda mais para alguém do tamanho de Demetri. Mas o grandão parecia estar bem acostumado a se deslocar pelo espaço. Passou como um gato. Saltamos pela abertura estreita e bem escura: primeiro Félix, depois eu, papai e então, Demetri, sempre atrás, como um leão-de-chácara, sem tirar os olhos de nós. Lá em baixo havia iluminação o suficiente para caminharmos por um corredor úmido, todo feito de pedras irregulares. Papai voltou a segurar minha mão, enquanto mantinha a caminhada. Ele conhecia bem o lugar e sabia exatamente onde Félix e Demetri nos conduziam. Depois de uma pequena descida, passamos por um túnel em arco, onde filetes de uma água negra escorriam por entre as pedras. No final, uma porta feita de barras de ferro entrelaçados foi aberta e nos levou a um corredor mais largo e mais iluminado. Atrás de nós, a tal porta foi fechada novamente por Demetri. Caminhamos mais um pouco e, então nos deparamos com uma grossa porta de madeira, baixa. Esta já estava aberta e nos conduziu a um ambiente totalmente contrastante aos que havíamos passado até ali: bem iluminado por compridas lâmpadas florescentes enfileiradas por todo o teto, paredes brancas, carpetes cinza. Na verdade, fora o carpete, o lugar lembrava o corredor de um hospital público. Igual aos que Carlisle costumava trabalhar.
Mamãe já havia me descrito mais ou menos do que ela lembrava ser a "toca dos Volturi". Suas memórias humanas às vezes eram meia falhas. Mas do pouco que ela lembrava, batia perfeitamente com o que eu estava presenciando.
Paramos em frente a um elevador. A porta de inox, que mais parecia um espelho de tão limpa e areada, se abriu e, então, a imagem que se pôs à minha frente me fez lembrar que eu tinha um coração e que ele era capaz de bater tão acelerado e tão forte que ouvidos humanos seriam capazes de ouvi-lo. A figura magra, alta e sombria também me lembrou que esse mesmo coração era frágil. Muito frágil! E ele sabia disso.
_ Flávio! _ o nome saiu dos meus lábios como se tivesse escapado dos pensamento. Quase sem querer.
Imediatamente, papai trincou os dentes. Ele já sabia de quem se tratava. 
Flávio também demonstrou grande surpresa. Na verdade, ficou assustado. Era como se estivesse diante de um fantasma. Afinal, não sabia que sua missão não fora bem sucedida. Pra ele eu estava morta. Parece que  ia ter muito o que explicar aos seus superiores.
_ O que é isso? Como é possível? _ indagou Flávio, admirado, saindo do elevador e nos rodeando, como se  quisesse ter certeza de que não se tratava de nenhum truque ou brincadeira.
_ É, Flávio, parece que Aro vai gostar muito de saber que a menina está aqui. Não é? Talvez você mesmo queira contar. Afinal, vocês não têm conexão direta? _ ironizou Félix, expressando satisfação. Sentimento este compartilhado por Demetri, que transpareceu em um meio sorriso. Parece que havia ali uma certa rixa. Talvez Flávio tenha despertado ciúmes em alguns integrantes da guarda Volturi, por ter se tornado um dos preferidos de Aro em tão pouco tempo. E eu simbolizava uma medalha de "honra à incompetência" na fracassada missão dada à Flávio. Ao menos para Félix e Demetri.
_ Ele vai saber. E certamente será por mim. Mas não agora. Ele está num encontro importante e pediu pra não ser incomodado. Pelo menos nas próximas horas.
_ Um encontro onde você não pôde ir? Hummmm... Sei! _ provocou Félix, novamente.
_ Me poupe das suas ironias, Félix. Apenas me diga, por que ela está aqui? E quem é esse outro aí?
_ Eu sou o pai dela. _ respondeu papai, imediatamente, num tom de ameaça. _ E estamos aqui pra desfazer um mal entendido que quase custou a vida minha filha, como você bem sabe _ as palavras quase saindo entre os dentes. Se ele pudesse, voaria no pescoço daquele maldito. "Ah, Jacob aqui!", pensei, já imaginando a confusão que seria.
_ Nossa! Então esse é o famoso Edward Cullen. O papai da meia-vampira, que lê pensamentos. E vocês pretendem "desfazer um mal entendido"? _ ele repetiu as palavras de papai, com um sutil sorriso de deboche. _ É sempre bom lembrar que Caius e Marcus não costumam ser tão complacentes e maleáveis quanto Aro. Principalmente Caius. Pena que não vou poder ficar para presenciar isso. Tenho uma missão agora. Mas, antes... com licença - então, ele me tocou. Papai fez menção de impedi-lo, mas Demetri o segurou imediatamente. 
_ Hummm... Vocês são cheios de surpresas não é? _ Flávio estava puxando informações de mim. Ele me pegou desprevenida e deixei escapar partes da viagem e do nosso grupo desembarcando em Roma.  
Estava explicado porque eu não podia saber de certas coisas. Alice havia previsto aquele encontro. Mas e o fato de ele saber que minha família e amigos lobos estavam na Itália não era perigoso? Seja como for, ele guardou o que viu com ele.
_ O que você viu? _ perguntou Félix.
_ Nada que você tenha que saber antes de Aro. "Arrivederci!" _ respondeu Flávio, dando as costas e sumindo corredor a fora. 
Félix e Demetri se entreolharam, depois de acompanharem com desconfiança a saída altiva de Flávio.
_ Vamos, entrem no elevador. Já perdemos muito tempo. _ ordenou Félix, demonstrando uma certa irritação.
O elevador desceu, nos levando ainda mais para o interior daquele "buraco de luxo". Saímos numa bem decorada recepção, com uma arquitetura clássica. Paredes de madeira, carpete vermelho e enormes quadros pintados a óleo, reproduzindo paisagens da linda Toscana. Todos as obras bem iluminadas. Ao lado, arrumados em grupo, dois sofás confortáveis e imponentes de couro claro. De um lado e de outro, lustradíssimas mesas ornadas com lindos vasos de cristal recheados de buquês de flores silvestres.
Atrás de um balcão de mogno encerado, posicionada bem no centro da sala, havia uma linda mulher morena, de um olhar verde-avermelhado, que nos cumprimentou com um belo sorriso. Ela conhecia papai.
_ Olá! Como vai Edward! Quanto tempo!
_ É, faz muito tempo mesmo. Da última vez que nos vimos você ainda era humana.
_ Agora também sou da família Volturi. Um presentinho de Marcus.
_ Bem, vamos deixá-los aqui, Gianna. Eu e Demetri precisamos verificar uma coisa. Mas já voltamos _ disse Félix, fazendo papai franzir a testa.
_ Sim, claro! _ respondeu Gianna. Ela escreveu alguma coisa num bloco, digitou algo no computador e voltou-se para nós.
_ Por favor, sentem-se e aguardem um pouco. _ e se retirou.
_ Foi a deixa para papai falar o que precisava. Ele tinha pressa e, num tom extremamente baixo e veloz, me fez a tal revelação que eu precisaria passar a Marcus e Caius. Fiquei perplexa com o que papai me falava, mas memorizei cada palavra. 

15 comentários:

  1. Nathy_bells disse...

    Repete Edward meu ouvido humano não entendeu nada ...
    Aaaaah drouga vou ter que esperar a Mo escrever mesmo os Volturi estão voltando hauahuahua  

  2. Monica Marinho disse...

    Hahahahah! É Nathy, seus olhos humanos lerão na próxima fic. =)  

  3. Leh!!!100%crepusculo(blog) disse...

    Caramba, carambaaa!!
    Mô, eu tô ansiosaaa!!
    Sabe, bem que vc poderia dizer pra gente aqui logo o que o Edward disse ñ é?
    é, eu acho que ñ :(
    vô ter que eesperar mesmo!
    bjs!!  

  4. Monica Marinho disse...

    Sim, Leh, é vdd, eu poderia, mas resolvi não fazer isso! Senão não teria suspense. heheh! Sabe q tb fico com o coração na mão? Mas vamos em frente... Até sexta tem mais. Bjão!  

  5. Anônimo disse...

    Oi é Jeny.Quando vc vai postar de novo estou muito ansiosa.  

  6. Monica Marinho disse...

    Oi Jeny! Costumo postar todas as sextas-feiras. Às vezes acontece de ser antes, ou duas vezes na semana. è bom dar uma verificada no índice de vez em quando. Mas o certo msm são às sextas. Bjão.  

  7. Dani disse...

    Oh my God! O que será que o Edward falou ?????
    Me consumindo de curiosidade ='( Peraí que eu vou ali me jogar de um penhasco enquanto isso ¬¬
    Mô deixa de ser malvada, até sexta eu estarei desfalecida de tanta curiosidade e ansiedade

    ps: você arrasa garota, fic super envolvente

    beijos  

  8. Anônimo disse...

    Nayara:nossa,o q sera q o Edward ta falando para a Nessie?
    Eu daqui a pouca vou ter um curinfarto(Infarto devido a curiosidade).Sexta tem q chegar logo.Beijos  

  9. Tammy disse...

    Oi mônica....adorei esse capítulo
    Eu estou ficando nervosa...
    você demora demais para postar....
    Você nunca mais foi no meu blog. Dá uma olhadinha, por que eu postei mais um capítulo....
    Bjokas  

  10. Monica Marinho disse...

    KKKKKKKKK!!! Adorei o "curinfarto", Nayara! Mas calma q no próximo o mistério será reveladoooo!  

  11. Monica Marinho disse...

    Tammy não fica chateada comigo, fanpireee!!! Essa semana, assim como a outra, está sendo puxada, quase não tenho nem tempo de postar nada no blog. Tá braaaaabo! Mas eu tb tô curiosa pra saber como está a história. Vou dar uma passada lá. Mil perdões! E, quanto a demora, é só até sexta... quem sabe antes? :) Bjks  

  12. Anônimo disse...

    @giovannaabila :nossa , ta muito legal a fic *-*
    ps:não demora para o proximo capitulo por favor !  

  13. Dani disse...

    meu Deus cadê a continuação ???
    Mô não me troture dessa forma ='(  

  14. Anônimo disse...

    Ai meu deus ai meu deus ESTOU MUITO CURIOSA !!

    Quando você vai postar mais ??

    Já estamos em quatro de novembro SEM PRESSÃO !! huahuahua

    Parabéns de novo e
    Beijinhos ;****  

  15. Monica Marinho disse...

    Entendi, entendi... isso tá pior q novela né? Hahahaha! Mas já tem o 49, viu? Vc ainda não leu. E amanhã é dia de novo capítulo. Beijinhos!  


 

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